Presente de Anninha

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sábado, 26 de junho de 2010

CLARICE LISPECTOR

1947 Berna – Suíça

"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro... há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite, sobretudo, o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma".



Clarice Lispector.

sábado, 12 de junho de 2010

Menino sobrevive na selva por oito meses com a ajuda de um macaco

Menino sobrevive na selva por oito meses com ajuda de macaco

Esse pequeno Tarzan foi encontrado por um pescador. Para sobreviver, Fernando bebia a água e comia a polpa do coco verde. Ele se alimentava também de um caramujo grande.
LINK DA NOTÍCIA
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/06/menino-sobrevive-na-selva-por-oito-meses-com-ajuda-de-macaco.html?utm_source=g1&utm_medium=email&utm_campaign=sharethis

GLOBO REPÓRTER

Duas ilhas formam um país inteiro: São Tomé e Príncipe. Para onde quer que a gente olhe percebe-se que os deuses da criação deixaram no local uma assinatura definitiva, a de que não há limite para o belo.

Veja os bastidores das gravações

Mal se vê o país no mapa. Ele é tão pequeno e tão fascinante, encravado na costa da África Ocidental, cercado por todos os lados pelo Oceano Atlântico.

Todo o território de São Tomé e Príncipe mede pouco mais de 1.000 km2 que hospedam um santuário no continente africano: uma floresta equatorial. É a mistura perfeita de tons que contrastam com as rochas vulcânicas. As praias estão entre as mais bonitas do mundo.

E as matas, intocadas desde que os portugueses descobriam essas ilhas em 1470, guardam um tesouro. O país africano, de 160 mil habitantes que falam a língua portuguesa, é cheio de encantos e mistérios.

Agora, contaremos uma estória incrível. Até parece ficção, saída de um livro de aventuras infantis. Quem nunca ouviu falar no menino Mogli - o garoto criado pelos bichos em uma das florestas mais fascinantes do mundo? E o Tarzan? São lendas que encantaram gerações e mexeram com a nossa imaginação, mas a aventura que descobrimos nessas ilhas é pura realidade.

O cenário é uma floresta africana. O personagem é uma criança, um menino que com apenas 8 anos teve que enfrentar desafios quase impossíveis de serrem vencidos para sobreviver: mata fechada, medo, bichos que ele nem conhecia, escuro da noite, gritos que ninguém escutava. Durante oito meses, Fernando ficou perdido na floresta.

Pela primeira vez, depois de três anos, o garoto concordou em voltar ao lugar de tantos pesadelos. O acesso requer coragem. A estrada vira caminho, vira atalho, vira desafio. Duas horas e meia depois, chegamos ao ponto onde tudo começou.

O menino nunca tinha visto um boi: animal raro na Ilha de Príncipe. “O boi começou a ir para a mata e comecei a acompanhar boi”, lembra Fernando Neves Umbelino, hoje com 11 anos.

E a curiosidade dele se transformou em um desespero. “Ele foi com o boi a uma longa distância e não conseguiu regressar. Passamos dia e noite à procura dele”, conta Frederico Neves Umbelino, irmão de Fernando.

E nada. Os moradores da cidade, a equipe de resgate: todos foram ajudar nas buscas. “Procuramos durante duas, três semanas, e não o encontramos”, revela Frederico.

Fernando conta que, no princípio, quando viu que estava perdido, ele gritou pelos irmãos e que ninguém escutava. “Sentia vontade de ver meu pai, minha mãe, meus irmãos. Chorei muito. Eu pedi a Deus, ao anjo da guarda para estar com a minha mãe”, diz o menino.

E assim foram os 240 dias e noites que ele passou isolado. “Eu procurei bastante o caminho, mas não consegui ver”, afirma Fernando.

Ele ainda revela que, na hora de dormir, se escondia debaixo de uma pedra. O irmão Frederico conta que a família sofreu muito com o desaparecimento de Fernando: “foi muito difícil. Não comia, passava a vida a chorar”.

Fernanda Neves Umbelino, a mãe do menino, conta os momentos em que mais se lembrava de que o seu filho estava na floresta: “no momento em que eu ia para cama, não via ele ir para cama, e no momento de refeição, em que colocava a mesa e sentia falta dele”.

Mas Gervásio Umbelino, o pai de Fernando, nunca perdeu a esperança: “eu nunca tirei a chave da porta da minha casa, principalmente à noite. A chave estava sempre na porta. A qualquer momento, ele podia aparecer e podia calhar de não estar ninguém em casa, mas, com chave na porta, ele conhece a casa muito bem, ele podia chegar e entrar”.

Na floresta, as lembranças do menino vêm à tona. Fernando faz questão de mostrar como se acomodava quando escurecia. Ele se encaixa com facilidade entre as pedras cheias de limo. Como sempre estava à procura do caminho de casa, trocava de pedras com frequência.

E como nas revistas em quadrinho ou nos desenhos animados, Fernando encontrou na floresta um amigo inseparável: um macaco.

O menino conta que o animal não saía de perto dele, ficava por perto o dia inteiro e a noite toda. O macaco trepava no coqueiro, pegava coco, quebrava o coco e dava para o menino.

Fernando bebia a água e comia a polpa do coco verde. Ele se alimentava também de um caramujo grande, que nasce nos troncos das árvores. Hoje, na vizinhança, ele é conhecido como o pequeno Tarzan. Não faltou valentia para honrar o título.

Quanto mais Fernando tentava achar o caminho de volta, mais ele se distanciava de casa. Um dia, chegou a uma praia selvagem, totalmente deserta, até que avistou um pescador e levou um susto. “Senti medo de ele fazer qualquer coisa má”, revela o menino.

Medo e espanto também foram as sensações do pescador Inocêncio dos Prazeres, quando viu de longe o garoto: achou que era assombração.

“Eu rezei um ‘Pai Nosso’. Comecei a pedir Deus, pedir Jesus Cristo para me ajudar, me dar coragem para chegar perto do menino. Ele saltou de uma ponta a outra e fez um pulo igual a um macaco. Ele não queria que eu chegasse perto dele. Quando segurei ele , ele estava só limo”,

Quando foi encontrado, as roupas de Fernando estavam só trapos. “Ele estava com muito medo. Eu também tive medo”, afirma Inocêncio.

Fernando teria virado o menino da selva? O primeiro a receber a notícia de que ele tinha aparecido foi o pai. A mãe precisou de calmante. Os pais lembram a volta do menino à cidade: “quando chegamos, a praça estava uma multidão. Ele olhou e começou a rir. Mas foi lá que lágrimas começaram”.

Lembrar o reencontro com o filho, naquele dia, traz de volta momentos de dor e de alegria.

A estória de Fernando não termina aí. A aventura revelou o que para muita gente deste lugar ainda era desconhecido: o poder da comida de cada dia dessa população. Quando voltou para casa, nem desnutrido o menino estava. A mãe não tem dúvida. A razão da resistência física ela nos mostra no terreiro de casa.

“Eu faço comida com folha de maquequê, folha de matabaleria. Dou fruta, dou banana”, afirma Fernanda Umbelino, a mãe do menino.

Seria este o segredo da força de Fernando? A aventura do menino na selva pode criar um novo capítulo na história da medicina. Cientistas não conseguem entender por que o garoto não contraiu malária.

Uma hipótese: o maquequê que ele comia todos os dias, em casa, pode ser uma espécie de vacina natural contra a doença. Será que este povo terá descoberto, sem saber, o princípio da comida medicinal?

Palavras jogadas ao vento ...

Palavras jogadas ao vento ...
Sopre cinzas pela janela ... Guardar sentimentos como mágoa , ressentimento , rancor e ódio , envenena o coração e atrai doenças como o câncer e outras tantas ... Então meu amigo , minha amiga , jogue todas coisas ruins ao vento e pode ter certeza não irás colher tempestades , não . O vento filtra todas as coisas negativas e as transforma em poesia

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